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Bunkai

21/03/2012 17:16
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Bunkai - Parte 5

Aplicações ” Oficiais “
Neste conceito de aplicações, deve-se respeitar o desenho técnico do movimento da Kata na sua generalidade. No entanto há quem ache que é tudo besteira  e o que interessa é o resultado/imagem final.
Devemos executar os movimentos como no kata e respeitar suas direções , pois essa é a mensagem que é transmitida. No entanto existem certas aplicações que são feitas de maneiras diferentes . Será que está errado? Não, pois é mais informação que o nosso cérebro assimila e por conseguinte é mais uma solução para uma possível resposta a uma agressão. No entanto e na minha humilde opinião devia-se respeitar a mensagem que nos é transmitida através dos tempos (tradicionalmente).
A qualidade de um artista marcial vê-se pela sua capacidade de improvisação perante situações inesperadas,pela forma como interpreta e executa as técnicas aprendidas,  pela sua capacidade de criação/visão das técnicas. Não que eu ache que ainda exista muito para criar/inventar, no entanto deve-se manter um espírito aberto de forma a tornar o conhecimento mais vasto.
Aplicações Secretas
Hiden Bunkai, estas aplicações são aquelas aplicações que foram transmitidas secretamente a um aluno em específico ou a um grupo de alunos em especial. São aquelas aplicações que só se treinam em determinados estágios técnicos e “apenas” ensinadas a milhares de praticantes de uma determinada organização.
Mas se são ensinadas “apenas” a esses milhares de predestinados como é que se poderá garantir o seu secretismo?
Simples, todos os predestinados vão guardar o segredo.
Bem, todos não, eu conheço alguns destes predestinados que por uns trocados podem partilhar alguns desses segredos, mas não digam a ninguém.
Brincadeiras à parte, não sei como existem ainda pessoas  que crêem neste discurso.
Pelo  amor de Deus técnicas secretas, não existem técnicas secretas, pelo menos na atualidade. Depois de uma pessoa dominar a técnica de base e compreender o conceito do seu estilo, como é que pode enganar os outros dizendo que aquilo é secreto? (poder pode, a prova é que eles andam por aí).
Tudo bem, aquela sequência daquele Kata significa esta aplicação para mim, porque eu tenho esta estrutura, no entanto não resulta noutro indivíduo porque ele não é igual a mim.
Agora a questão é:
Será que fazer aquele Kata é útil em termos de defesa pessoal?
Claro, porque a Kata transmite um conceito e não é uma fórmula mágica que nos ensina a defender um soco de uma forma. Devemos é abrir os olhos e os horizontes em relação ao  Bunkai…
Pensem…

Aplicações Tradicionais (Dento Bunkai)
Muitas vezes estas aplicações são erradamente compreendidas como técnicas básicas. Na minha visão, estas aplicações são aquelas que eram feitas normalmente em confronto real.
Não nos podemos esquecer que o Karate era uma forma de defesa pessoal rude e básica, em que eram utilizadas todas as partes anatômicas do corpo de forma a causar os maiores danos possíveis ao adversário. Muitas vezes causar lesão permanente e interromper o correcto funcionamento do corpo.
Por isso e face a esta pequena explicação, creio que as aplicações tradicionais, são aplicações que de certa forma “foram postas à parte” devido ao seu teor perigoso.
Não nos podemos esquecer que a partir do momento a que se começa a massificar o ensino do Karate, as técnicas perigosas começam a ser dissimuladas e com o passar do tempo muitas vezes são mesmo esquecidas.
Sayonara e até a próxima .
Recapitulando: ” Bunkai  literalmente significa a “análise” ou a “desmontagem”, é um termo usado dentro Artes martial japonesas para referir- se à aplicação das técnicas de combate extraídas dos movimentos de um “formulário” (kata).”
É executado geralmente com um parceiro ou um grupo de parceiros  que executam ataques pré-definidos, e o estudante do  kata responde com defesas, contra-ataques, ou outras ações, baseadas em uma parte do kata. Isto permite que o estudante que está executando compreenda o que os movimentos do  kata significam e o que se pretende com eles.  Pode também ilustrar como melhorar a técnica ajustando distâncias, tempo, movimentação, cronometrar corretamente movimentos, e adaptar uma técnica dependendo do tamanho de um oponente. Alguns kata tem uma outra camada de aplicação ( ura bunkai). Os praticantes diferentes aprenderão ou descobrirão aplicações alternativas, mas o bunkai, como kata, varia baseado no estilo e no professor.
Um único kata pode ser quebrado em qualquer lugar em dúzias de aplicações, e a mesma sucessão de movimentos, às vezes, pode ser interpretada de modos diferentes que resultam em vários bunkai. O bunkai é exigido para os estudantes de artes marciais para promoção.
Bunkai pode ser óbvio ou elusivo dependendo da técnica estudada, dos movimentos que o precedem e que o seguem, do grau, do tipo físico , etc. Há geralmente muitos estágios da profundidade da compreensão do bunkai alcançada somente através da passagem do tempo. Os termos toridai e himitsu são usados para consultar às técnicas vistas não prontamente ao observador ocasional e às técnicas escondidas dentro kata. Por exemplo, dentro do Karate Shotokan, o treinamento é usado para reforçar o bunkai e a técnica correta. Se as técnicas no kata não são executadas corretamente, não serão eficazes tanto em um treinamento de dois ou mais homens, quanto num kumite ou mesmo a própria realidade.   




Algumas ideias em Bunkai
Existem algumas ideias em relação à interpretação dos movimentos dos kata (Bunkai, se assim lhes podemos chamar);
A primeira é referente à interpretação biomecânica do movimento e nesta teoria, a aplicação segue estritamente o movimento da Kata.
A segunda é referente ao percurso de um Kamae para outro e nesta ideia o que interessa analisar é o movimento intermediário de um Kamae para outro.
A terceira é o Kamae em si, não importando o percurso do movimento técnico, mas sim a forma como se finaliza o movimento.
Apesar de poder parecer um pouco confuso na teoria, na prática é muito simples. Se duvidar esta é a explicação do porquê das diferentes execuções técnicas de uma Kata entre linhas diferentes, ou mesmo entre estilos.
Cada vez me convenço mais que Kata é sinônimo de defesa pessoal, não no conceito de base, Ippon Kumite/yakusoku Kumite, mas no seu sentido lato.
Cada vez acredito mais, que o Karate em geral é um sistema de defesa pessoal altamente codificado, com imensos ingredientes misturados. Uma forte influência das artes marciais Chinesas, com um forte componente de Te, e com Sumo de Okinawa, que muitas vezes não é compreendida ou mesmo conhecida pelo público em geral.
Uma coisa é certa, as formas que fazemos hoje em dia não são as mesmas que se faziam na China, provavelmente  nunca foram. Creio que as formas que atualmente fazemos são o resultado de uma pesquisa profunda de grandes génios das artes marciais.
E apesar de se poder apregoar aos sete ventos que se faz esta Bunkai porque esta é a verdadeira interpretação, esta afirmação só pode ser verdadeira porque foi aquela que foi transmitida do indivíduo A para o B e provavelmente porque foi aquela a interpretação que o 1º Mestre achou mais indicado para o então aluno.
Vamos falar de um assunto polêmico …
Segundo a crença popular, Bunkai significa aplicação de determinado movimento de uma Kata.
Já sei amigos… Kata é uma sequência de movimentos em que simulamos um combate com dois ou mais adversários.
No entanto estou falando  segundo o conceito tradicional. Bun pode significar  partir ou separar, e Kai pode significar compreender.
Analizando estas palavras poderemos deduzir que Bunkai poderá ter o significado de separar para compreender.
Segundo o que nos é transmitido existem:
* Aplicações Básicas (Kihon Bunkai);
* Aplicações Tradicionais (Dento Bunkai);
* Aplicações Livres (Oyo Bunkai)ou (ura bunkai);
* Aplicações Secretas (Hiden Bunkai);
* Aplicações Oficiais (??? Bunkai);
Vamos recomeçar:
Kihon Bunkai, como a tradução indica, são as aplicações que de uma forma muito básica nos são transmitidas, eu aceito que este tipo de aplicação é criada para ocultar um sentido mais profundo do Bunkai.
Crê-se que este termo tenha sido criado no início do Séc. XX,período  em que se começa a ensinar o Karate no sistema escolar de Okinawa.
Durante muito tempo o Karate era ensinado de uma forma secreta. Muitos Mestres tinham apenas um aluno (que poderia ser seu familiar) e desta forma toda a arte era ensinada na sua base, sem espinhas.
A partir do momento em que se começa a massificar o ensino, começa a surgir o problema de como gerir a “partilha” de informação?
Então, de uma forma inteligente, aquele movimento que serve para defender o rosto, passa a chamar-se “Age-uke” que serve para defender um soco à altura do rosto. Desta forma fragmenta-se todas as técnicas numa visão básica.
Quando damos um nome a um movimento estamos a limitar o próprio movimento, um Age-Uke serve apenas para defender um soco no rosto, certo?
Creio que não!
Por isso, quando fazemos Kihon Bunkai, devemos pensar no que eles são, movimentos básicos que foram criados para compreendermos de uma forma racional a biomecânica do Kata…
 
Existe uma tendência para definir o Karate como “caminho das mãos vazias” numa perspectiva etimológica. Atendendo ao conteúdo da atividade, a definição far-se-á pela eficácia (resultado) da técnica aplicada num determinado contexto tático.
Tendência também para definir o Kata como a “essência” do Karate.
Mas deveremos questionar se não serão demasiado superficiais estas questões.
Em primeiro lugar, porque encarando o Karate como um conjunto de técnicas que, se dirigidas a pontos vitais, poderão ser letais, a segurança e a integridade do parceiro de treino ou do adversário são fundamentais. Por isso mesmo a ênfase dada ao “controle” no treino e na competição.
Quanto à essência do Karate, parece-me que não será de colocar a tônica na Kata mas sim no seu Bunkai. As inúmeras “técnicas escondidas” na Kata só se revelam no seu Bunkai, e este é de tal modo relevante que a própria competição por equipes acabou por o adotar. ( Vale Ressaltar que existem diferenças nos bunkai do Karate Marcial e do Karate Esportivo.)
Cada Kata possui seu Bunkai Oyo, conhecido da maior parte dos treinadores e dos praticantes que, de fato, introduzem esta dimensão do seu próprio ensino e treino, como forma de melhor compreenderem o Kata, fazendo assim a sua análise e o seu estudo, pois esta não é uma mera coreografia – como pode parecer aos olhos do leigo – mas sim a representação de um combate real contra um ou mais adversários imaginários situados nos planos anterior, posterior e laterais mas que  podem se deslocar hipoteticamente para planos diagonais.
Mas a partir do inicial Bunkai Oyo desenvolve-se um processo de revelação da aplicação prática da “técnica escondida” e um outro de criação quando existe pesquisa e investigação que nos levam a outras formas de Bunkai do mesmo Kata mais evoluídas, mais elaboradas e mais “eficazes” com o devido “respeito”, pois a Bunkai é uma prática biunívoca.
Conclui-se então que o treino de Kata sem treino de Bunkai é incompleto, o que acaba por diminuir a “eficácia” do Karaté reduzindo a sua “essência”.

 


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